Secretário do Meio Ambiente de Santa Cruz reafirma querer privatizar gestão dos resíduos

Na sexta-feira(08/04) pela manhã na Afubra, em reunião do Conselho Municipal do Meio Ambiente e Saneamento Básico - CMMASB de Santa Cruz do Sul-RS o secretário do meio ambiente Jaques Eisenberger em um de seus pronunciamentos sobre a gestão de resíduos manifestou a sua intenção em privatizar serviços da gestão dos resíduos sólidos, mesmo sem ao menos ter apresentado algum projeto para a sociedade santacruzense.

A principal argumentação do secretário é a de que os índices de reciclagens atingidos pela Coleta Seletiva Solidária executada pela Cooperativa de Catadoras e Catadores de Santa Cruz - COOMCAT são insuficientes para justificar o avanço deste modelo de coleta. E de que a tonelada da coleta seletiva solidária é mais cara que a coleta seletiva privada.

Porém, o secretário que se diz técnico, e inclusive é proprietário de uma empresa de consultoria ambiental (Bios Consultoria Ambiental), compara o custo da coleta seletiva privada(que ninguém sabe de onde ele tirou, pois não existe projeto) com o custo total da tonelada processada pela Coomcat, que envolve o serviço de coleta, triagem, enfardamento e encaminhamento para o ciclo da cadeia produtiva da reciclagem. “Nesse custo que ele esta comparando, não coloca todas as etapas do processo desenvolvido pela cooperativa. Mesmo depois que o material é coletado por uma empresa, existe o trabalho de separar, enfardar e encaminhar para a cadeia produtiva, e esse trabalho tem um custo, o que ele não coloca”, comenta Marcos dos Santos, coordenador da Coomcat.

O índice de reciclagem atingido pela Coomcat é um dos maiores do cenário nacional (cerca de 5 vezes maior), e só não é maior pela falta de educação ambiental permanente e fatores como os contêineres e falta de fiscalização por parte da prefeitura. Quando questionado pelos catadores presentes na reunião, o secretário disse que não entende assim a questão do custo da coleta.

Outro ponto abordado na reunião foi a questão da usina municipal de resíduos. Secretário anunciou que será alugado um transbordo privado por 6 meses no valor de R$ 125.000,00, sendo que atualmente a prefeitura repassa R$ 54.229,52 para a cooperativa fazer todo o trabalho de gestão da usina.

“Ainda não foram apresentados estudos ou análises que comprovem a necessidade de fechamento da usina. E sabemos que é possível fazer a recuperação da área sem fechamento. O que precisa ali é uma reforma e dar condições melhores de trabalho para os catadores/as. Inclusive estamos dispostos a dar uma contrapartida neste processo de reforma”, Salientou Angela Nunes, coordenadora da Coomcat.

Atualmente de todo o resíduo que chega na usina (90 toneladas por dia), 385 toneladas por mês passam pela esteira (devida as condições atuais) e cerca de 50 toneladas por mês são recuperadas e deixadas de ser enviadas ao aterro sanitário em Minas do Leão.

A proposta apresentada pela cooperativa no valor de 1,5 milhões pretende instalar uma nova linha capaz de receber todo o resíduo da cidade, aumentando o potencial de aproveitamento dos resíduos recicláveis. Além de se pensar no início do trabalho com resíduos orgânicos, que são recicláveis e maior volume na composição de todo resíduo.

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