Plenária preparatória do Fórum Popular da Natureza debate negligências nas políticas climáticas

Davi Amorim
Publicado 10/12/2019 14:30 Última modificação 10/12/2019 19:16

Diversos movimentos populares realizaram no último sábado, 30 de novembro, a segunda plenária de organização do Fórum Popular da Natureza, um grande evento que será realizado nos dias 21 à 24 de março de 2020 na cidade de São Paulo. A atividade aconteceu na zona leste da capital, na quadra do Sindicato dos Metroviários de São Paulo e reuniu cerca de 120 participantes de movimentos populares do campo e da cidade, sindicalistas, indígenas, juventude, catadores, militantes de questões de gênero e raça, entre outros.

A iniciativa é um esforço coletivo de mobilização popular frente a grave crise ambiental que afeta o país com queimadas na região Amazônica e outros biomas, desastres causados pela mineração, contaminação de óleo nos mares, agressão aos territórios de povos originários e outros conflitos territoriais. Os organizadores buscam também debater ações frente ao risco eminente das mudanças climáticas e seu impacto na população pobre ao redor do mundo.

“A luta é para mudar uma concepção de mundo do individualismo, da exploração dos recursos naturais, da exploração do outro ser humano. O Movimento de moradia trabalho isso, de reforçar nossos princípios humanos, a questão da solidariedade, da democracia participativa”, declarou Welita Caetano da Frente de Luta Por Moradia (FLM).

A plenária contou com uma pequena feira com artesanato indígena e de materiais recicláveis, produtos orgânicos do MST e campanhas educativas, além de apresentações artísticas animando entre um atividade a outra. O almoço foi servido com produtos da reforma agrária.

Durante a mesa de análise de conjuntura dos movimentos sociais Charles Trocate, representando a Via Campesina, comentou sobre a importância do Fórum Popular da Natureza como espaço pedagógico “para que a sociedade brasileira, nas pequenas e grandes cidades possam elevar a compreensão acerca do uso industrial da natureza para fins capitalistas em função dos desequilíbrios ecológicos ambientais provocados por essa forma de apropriação da natureza. Nós também podemos fazer uso da natureza de modo a compartilhar e democratizar o uso de seus produtos”, declarou. Ele reforça ainda a necessidade de ganhar os corações e mentes das pessoas não organizadas e movimentos sociais, mas que sofrem os impactos do uso irresponsável da natureza.

A plenária levantou, por meio de grupos de discussão, os principais temas a serem levados para as atividades autogeridas que acontecerão durante as tardes no Fórum em Março. Entre as tarefas acordadas esta a construção de núcleos do Fórum para que mais grupos possam se somar, principalmente fora do Estado de São Paulo. Para isso, serão contatadas iniciativas já em andamento de mobilização pelo meio ambiente, como os fóruns pelas águas, articulação de povos amazônicos, entre outros.

“O Fórum é um processo em construção. Não se resume ao evento de março, porque evento sem organização é ‘vento’! Acreditamos que a transformação necessária para o mantenimento da vida humana não se dará do dia para a noite. Nossa primeira tarefa será, no ano que vem, firmar uma agenda de compromissos comuns entre os movimentos, e uma carta com 20 pontos consensuados”, afirma Gilmar Mauro, da coordenação nacional do MST, um dos organizadores do Fórum.

Para participar da organização do Fórum Popular da Natureza, entre em contato pelo e-mail:

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Transmissão da plenária: