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Minas Gerais realizou a 9º edição do Festival Lixo e Cidadania

A 9º edição do Festival Lixo e Cidadania que acontece todo ano em Belo Horizonte, Minas Gerais, reuniu cerca de 800 catadores e catadoras de 19 Estados brasileiros, além de técnicos da área, gestores públicos, pesquisadores e delegações internacionais totalizando um público de 1.600 pessoas. Ocorreram visitas de escolas em atividades educativas, assim como shows que reuniram centenas de pessoas na Serraria Souza Pinto, centro de Belo Horizonte.

 

Nas mesas de debate o destaque foi a presença o Rapper e ativista MV Bill, fundador da Central Única das Favelas (CUFA) que falou sobre a organização de comunidades populares e a solidariedade de classe. “O jovem da favela passa por um processo de invisibilidade, ou seja, se ele não estiver cometendo nenhum crime, ameaçando ou causando perigo, geralmente esse jovem ou essa pessoa não é enxergado, é um ser invisível. Penso que isso acontece da mesma maneira com os catadores” declarou Bill.

 

Alexandro Cardoso, representante do MNCR, destacou que a solidariedade de classe e a economia solidaria é algo cravada dentro dos trabalhadores e que “no esquema do capital da cadeia dos materiais recicláveis não tem nada de solidariedade.”  

 

“Infelizmente nos catadores ainda pagamos para trabalhar. Então não tem economia solidária nessa história, a economia solidária vai começar a partir de agora. Agente tem que pensar que não tem econômica solidária se não vir de nos mesmos. Não tem economia solidária sem o protagonismos do catador”, completou Alexandre.

 

O evento debateu a recém aprovada Política Nacional de Resíduos Sólidos e iniciativas de apoio e incentivo a organização dos catadores e seu avanço na cadeia produtiva da reciclagem. Nesse painel, pontos polêmicos da lei foram tocados, como a incineração de resíduos que foi colocado por vários debatedores como uma saída inevitável.

 

“A incineração está vindo como um rolo compressor sobre nós. Estamos levantando quais os impactos de geração das bio-toxinas, os impactos sociais,  econômicos e ambientais.  Temos contato com entidades desses países que estão fazendo o processo de erradicação da tecnologia da incineração em suas países para entender porque está havendo esse processo de migração dessa tecnologia para os países em desenvolvimento, isso é uma coisa que estamos atentos e não somos leigos. Estamos ai com muitos companheiros que tem conhecimento técnico da área de fora do país que estão buscando subsídio para nós“ declarou Luiz Henrique da Silva, representante do MNCR, que disse ainda que o Movimento vai permanecer em esta do de alerta quanto a incineração.

 

Luiz também abordou a preocupação do MNCR quando a logística reversa de materais recicláveis contida na Política Nacional, da qual os setores industriais defendem pequenas ajudas aos catadores para a realização da coleta. “Queremos discutir a logística reversa em uma perspectiva de remuneração econômica. Estamos discutindo isso... qual mecanismo para que isso aconteça, mas é esse modelo que nos defendemos. Temos exemplos em alguns Estados em que as empresas chamam os catadores para coletar, mas meramente dão algum equipamento ou a divulgação da cooperativa” destacou Luiz Henrique.

 

Para a Ministra do Meio Ambiente, Izabella Mônica Vieira Teixeira, presente no debate, a solução para os resíduos não é única, mas pediu cuidado nos Estados para que não seja cedidas licenças ambientais para tecnologias que não são adequadas. Lembrou que a Política Nacional prevê a utilização da incineração como forma de tratamento dos resíduos. Declarou ainda que a lei prevê a incineração apenas do rejeito.


 




Veja Aqui, vídeo do painel de economia solidária


 




Veja aqui, video do painel sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos


 




Veja aqui, vídeo de Celebração no 9º Festival Lixo e Cidadania


 


 Veja  aqui as fotos do 9º Festival

 

Setor de Comunicação MNCR