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Cataforte formará 2 mil em São Paulo

A Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) diplomará entre Fevereiro e Março 2 mil catadores formados no Estado de São Paulo no projeto "CATAFORTE - Fortalecimento do Cooperativismo e Associativismo dos Catadores de Materiais Recicláveis.", que tiveram capacitação técnica para o trabalho com conteúdos envolvendo

 

gestão administrativa das cooperativas e autogestão, logística, economia solidária, políticas públicas entre outros temas.

 

O objetivo é preparar as organizações de catadores para assumirem os sistemas de coleta seletiva municipais e fortalecer a cadeia produtiva da reciclagem no Brasil.

Foram 6 meses de capacitações em que as organizações de catadores também receberam assistência técnica que deve prepará-las para que concorram em editais públicos para investimento em infra-estrutura para os galpões.

O programa busca também fomentar políticas públicas regionais, para implementação da coleta seletiva solidária e a pagamento aos catadores(as) pelos serviços prestados ao município. Assim como a formação e fortalecimento das redes solidárias de comercialização conjunta e criação de planos de negócios.

 

O projeto é desenvolvido em parceria com a Fundação Banco do Brasil (FBB) financiado pelo Ministério do Trabalho e Secretaria Nacional de Economia Solidária (MTE/SENAES). A execução é feita pela ANCAT (Associação Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis). Em todo o país cerca de 10.600 catadores serão formados.

Além dos diplomas de conclusão os catadores também receberão kit´s de EPI (equipamentos de proteção individual) e uniformes.

 Veja fotos das formaturas: http://migre.me/3Yfbe

Dados sobre as cooperativas

As diversas estimativas de catadores em todo o Brasil variam entre 300 mil a 1 milhão de pessoas sobrevivendo da coleta de materiais recicláveis, os dados são

 

do MNCR e Departamento de Economia da Universidade Federal da Bahia – GERI , 2006. O MNCR trabalha com a média de cerca

de 800 mil catadores em atividade

. Os catadores são responsáveis pela coleta de 90% de tudo que é reciclado hoje no Brasil segundo estimativa do CEMPRE.

A renda dos catadores varia entre 138 a 318 reais mensais (média Nacional) dados do MNCR e Departamento de Economia da Universidade Federal da Bahia – GERI (2009), na região Sudeste essa média aumenta para cerca de 350 à 500 reais mensais. As organizações de catadores que dispõem que infra-estrutura adequada para o trabalho e parceria com as prefeituras

 

chegam ter renda média mensal de até 900 reais.

Não está correto a denominação "catadores de lixo". Os catadores não coletam lixo, mas sim material reciclável. Pela Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) são denominados catadores de materiais recicláveis, em portaria publicada em 2003 pelo Ministério do Trabalho. www.mte.gov.br.

A maior parte dos catadores ainda trabalha nas ruas e em lixões a céu aberto expostos aos perigos que uma atividade como essa oferece, além de estarem submetidos a exploração dos ferros-velhos (pequenos empresários que compram o material dos catadores a preço muitos baixos, alugam carroças e mantém artifícios para manter os catadores dependentes, um trabalho semi-escravo, sem qualquer vinculo empregatício). A estimativa é que catador chegue a

 

coletar de 1 à 2 toneladas de material reciclável por mês.

Apenas 994 dos 5.564 municípios brasileiros têm a coleta seletiva como forma de destinação final dos resíduos reciclaveis. Dessas, apenas 377 têm abrangência total do município, segundo levantamento do IBGE/MCidades.

 

Municípios que são considerados modelos

 

no programa de Coleta Seletiva com a participação dos catadores são: Diadema, Araraquara, Orlândia, Ourinhos,

 

Biritiba Mirim e Arujá

 

no Estado de São Paulo, regiões onde há coleta seletiva com autogestão das cooperativas e pagamento do poder público pelos serviços prestados de coleta seletiva.