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Catadores na linha de frente contra o aquecimento global





Representação do Movimento Nacional de Catadores (MNCR) e da Rede Latinoamericana e Caribenha de Recicladores participam da Conferencia COP 15 em Copenhague que discutirá ações em todo o mundo para enfrentar a mudanças climáticas. O MNCR já havia participado na edição preparatória da COP 15 que aconteceu em Bonn, na Alemanha.

 

Umas das frentes de luta na COP 15 é contra a incineração de resíduos como forma de destinação final do lixo. A implantação de incineradores e o lobby de grandes empresas têm ameaçado a sustento de milhares de catadores na América Latina e Caribe.

 

Segundo Severino Lima Junior, catador representante do MNCR presente na conferencia,  diversas industrias de incineração não puderam implantar seus equipamentos na Europa: “por isso a grande incidência de empresas oferecendo  serviços de incineração a baixo custo na America Latina” comentou.

 

Foi entregue a missão do Governo brasileiro em Copenhague uma carta da Rede Latino Americana de Recicladores que reivindica, entre outros assuntos,  a proibição dos incineradores na America Latina e Caribe.

 




Catadores reivindicam um fundo climático global e inclusivo

 

 

Copenhague – 07 de dezembro de 2009 – Quinze milhões de pessoas em todo o mundo vivem da recuperação de resíduos. Eles recolhem, classificam, limpam e, em alguns casos, processam estes materiais recicláveis, reintroduzindo-os na industria como matéria prima de carbono a baixo custo. Os catadores são incrivelmente eficientes – e pode conseguir taxas de reciclagem superiores a 80%. Seu trabalho de reciclagem reduz as emissões até 25 vezes mais que a incineração.  Os catadores reduzem significativamente as emissões de GEI (gases de efeito estufa) por meio das taxas de reciclagem, e poderiam reduzir ainda mais as emissões recebendo o apoio adequado.

 

Para garantir este apoio, uma delegação de catadores chegou a COP 15 (Conferencia que discute as mudança climática em Copenhague) para demonstrar suas preocupações em torno dos mecanismos atuais de financiamento climático e para defender uma alternativa mais justas e diretamente acessível para os catadores. Ao mesmo tempo, os catadores recomendaram que as tecnologias de eliminação de resíduos (incluindo os incineradores, gases dos aterros sanitários e as variantes da incineração como a pirolise, gasificação e o Plasma) destroem seus meios de subsistência e a reciclagem, e por isso deveriam ser excluídos do MDL (mecanismo de desenvolvimento limpo)  e outros fundos climáticos.

“O MDL está apoiando as incineradoras que roubam o plástico e o papel. Vocês fazem isso com o pretexto de que estão protegendo o meio ambiente, mas isso não é certo já que estão contaminado o meio ambiente e tirando nossos meios de subsistência. Por isso que muitos projetos do MDL estão fracassando, mesmo com o dinheiro que recebem – Não há ‘recuperação energética’ e sim perda de dinheiro” declarou Jaiprakash Choudhary, secretario da Associação de Recicladores da Índia.

 

Os catadores reivindicam um fundo mundial diferente desse baseado no mercado, e que é administrado pela CMNUCC e promove a inclusão social e econômica. Este fundo não só deve esforçar-se para reduzir as emissões de GEI, mas também considerar o impacto social dos projetos de diminuição  do impacto das mudanças climáticas e como contribuir para fortalecer os meios de subsistência dos catadores, promover sua inclusão nos sistemas de gestão dos resíduos sólidos e priorizar o financiamento necessário para continuar seu trabalho na linha de frente contra as mudanças climáticas



Fonte: Wiego e GAIA