Catadoras e catadores participam de encontro de gêneros em Belo Horizonte

Mácio Martins/INSEA
Publicado 22/04/2015 14:30 Última modificação 03/06/2015 14:36

No último dia 9 de abril, aconteceu na Casa de Retiros São José – bairro Dom Joaquim, o encontro com o tema “Discutindo a autonomia das mulheres e transformando as relações com os homens”. A iniciativa é uma parceria do Mulheres no Emprego Informal: Globalizando e Organizando (WIEGO), do Instituto Nenuca de Desenvolvimento Sustentável (INSEA), do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) e do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher da Universidade Federal de Minas Gerais (NEPEM/UFMG).

Participaram do evento, além de catadoras e catadores de Minas Gerais e de outros estados brasileiros, representantes de outras nações envolvidos com o tema. A catadora e representante do MNCR, Madalena Duarte, falou da importância de se discutir a questão do gênero dentro das associações, levando em consideração que as mulheres são maioria dentro das associações e cooperativas. “Essa é uma questão que vem ganhando força dentro das associações e nós abraçamos com muito amor, porque nós sabemos da importância desse tema. Todas as bases do MNCR estão envolvidas no assunto”, disse Madalena.

A professora e representante do NEPEM/UFMG, Marlise Matos, falou sobre as diferenças entre homens e mulheres, das relações de poder e da importância do empoderamento feminino. “É um prazer trabalhar esta questão com as catadoras. Já fazemos este trabalho em outros grupos, como por exemplo, com as mulheres do Vale do Jequitinhonha. Precisamos buscar um convívio democrático e igualitário em todos os níveis e ambientes de relações. As diferenças entre os homens e as mulheres existem e devem ser respeitadas, mas não podem ser convertidas em preconceito”, ressalta a professora.

Durante o encontro foram expostos os resultados de um trabalho que já vem sendo feito com grupos de catadoras das diferentes bases em Minas Gerais. A representante do INSEA, Angela Oliveira, apresentou os resultados das oficinas e as histórias contadas durante os encontros, reforçando a visão das catadoras em relação à autonomia no trabalho e na vida pessoal.

O representante da coordenação do MNCR, Severino Lima, acompanhou o encontro e reforçou a relevância de se discutir sobre a importância do respeito às diferenças dentro das organizações dos catadores. “Esses espaços propiciam o fortalecimento ideológico das lideranças para levarem o tema até as pontas de trabalho. O MNCR já trabalha há algum tempo a questão do respeito às diferenças, levando em consideração que somos um movimento extremamente heterogêneo, com diferentes seguimentos da sociedade contendo mulheres, homens, negros, portadores de necessidades especiais, jovens, idosos, dentre outros”, disse.

Ao final do encontro, foram levantadas as possíveis novas etapas para dar continuidade ao trabalho em busca da harmonização dos gêneros dentro dos empreendimentos dos catadores de materiais recicláveis.

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