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Comissão Estadual de Catadores se encontra com o Governador Tarso Genro

Na manhã desta, quinta-feira, dia 12 de maio, uma comissão formada por catadores de materiais recicláveis que atuam no estado do Rio Grande do Sul foram recebidos pelo Governador Estadual Tarso Genro. O encontro ocorreu no Palácio Piratini, na ocasião a comissão reforçou a necessidade de se construir uma política pública estadual de reconhecimento e inclusão socioeconômica dos catadores, a exemplo dos avanços conquistados no país.

“neste primeiro contato demonstramos nosso interesse de construção coletiva aqui no estado,nossa expectativa é que consigamos avançar, encaminhamos algumas propostas iniciais ao governo, e esperamos manter o dialogo construtivo”, comenta Jacira Pinto Correa, catadora de canoas e membra da comissão estadual.

 

Na conversa se ressaltou a importância da interlocução do MNCR, como instrumento legitimo de negociação com o governo do estado, a necessidade de se estabelecer um canal direto de negociação e participação do movimento na construção das políticas de estado, neste sentido foi proposto a criação de um Comitê intersecretarias de inclusão socioeconômica dos(as) catadores(as) de materiais recicláveis, a exemplo do Comitê interministerial que existe no Governo Federal, onde os catadores tem participação na elaboração das políticas e programas nacionais de fortalecimento da categoria.

 

Segundo o Governador é necessário se ter uma proposta concreta que viabilize a construção das políticas estaduais, “precisamos discutir o conteúdo que estará dentro desta estrutura, para que não se torne apenas uma articulação institucional, mas que venha de fato a contribuir na elaboração de propostas que venham ao encontro das necessidades dos catadores ”, comentou o governador Tarso Genro.

 

O governador ainda salientou que é necessário ver qual a melhor forma de criar esta estrutura, se será via decreto ou portaria, para isso ficou de acontecer  um dialogo entre o governo do estado e os catadores para encaminhar este processo.

 

Em seguida foi entregue um convite para a participação do Governador no evento de formatura do projeto Cataforte, que acontecerá no dia 21 de junho na cidade de Gravataí. O convite foi entregue pelo secretário geral da Fundação Luterana de Diaconia, Carlos Bock, que no ato representou a entidade parceira no desenvolvimento do projeto no estado que formou 1000 catadores na área de formação política e capacitação profissional. O governador pediu que colocasse na sua agenda e disse que irá participar do evento.

 

Ao final do encontro foi entregue um documento contendo propostas para a construção de uma política publica estadual de inclusão socioeconômica dos catadores(as) de materiais recicláveis no RS. O documento foi fruto de dois encontros macro-regionais do MNCR, ocorridos em Santa Cruz do Sul e Gravataí com presença de diversas bases de todo estado.

 

“avaliamos importante este primeiro contato direto com o governador, pois será a partir disso que iremos retomar nossas possibilidades de conquistas no estado, tivemos por muito tempo sem sermos ouvidos e agora queremos avançar aqui no Estado da mesma forma que temos avançado no Brasil”, comenta Alexandre Cardoso, catador de Porto Alegre e membro da comissão estadual.

 

No documento consta uma série de propostas, dando ênfase a necessidade da implantação no estado da Política Nacional dos Resíduos Sólidos-PNRS, regulamentada no final do ano passado pelo Presidente da República. Ainda fala sobre os perigos da incineração, e solicita que o Governo do Estado do Rio Grande do Sul assuma uma postura anti-incineração.

 

“existem outras alternativas que são sustentáveis de gestão dos resíduos, que não passam pela incineração, pois este modelo se mostrou inviável em outros países e agora querem vir para os países da América Latina nos iludir que é uma boa proposta para a sociedade” destaca Cassius Vinicius Crivello de Oliveira, catador de Gravataí e membro da comissão.

 

Cassius se refere aos danos causados pelos incineradores na Europa, como danos ambientais e a saúde das pessoas, além de tirar o trabalho dos catadores, pois para se ter a combustão é necessário que se tenha plástico e papéis. “Em termos de geração de energia temos outras possibilidades, como a do biogás,que gera energia através de outros processos e são mais viáveis em todos os aspectos,sem impactos negativos ambientais, econômicos e sociais,pois a energia é gerada através pelo aproveitamento do gás metano produzido pela matéria orgânica, e a massa restante pode ser usada como adubo, e não precisa de materiais recicláveis para sua produção”conclui o catador.

 

Após o encontro a comissão levará os resultados do encontro para as bases, onde serão discutidos os próximos passos no estado, “agora vamos discutir com o nosso povo, reunir os comitês regionais para encaminharmos as próximas ações”, comenta Nildo Taborba de Mello, catador de Ijui e membro da comissão estadual.

 

 

Fonte: assessoria de comunicação MNCR/RS