Coleta seletiva solidária completa 9 anos em Santa Cruz do Sul

No dia 12.12.2012 iniciou-se o Programa Municipal de Coleta Seletiva Solidária em Santa Cruz do Sul realizado pela Cooperativa de catadores COOMCAT. Em clima de grande entusiasmo, 20 catadores saíram uniformizados em seus carrinhos para coletar e informar a população sobre a maneira correta de separar o material reciclável. Com o lema “Você separa, nós coletamos” estabeleceu-se, porta a porta, o compromisso entre comunidade e catadores.

A experiência piloto iniciou em três bairros e foi assinado um contrato de prestação de serviços entre a COOMCAT e Prefeitura Municipal de Santa Cruz do Sul, ou seja, os catadores seriam remunerados de forma justa pela trabalho prestado, e esse foi o resultado de muita luta de organização dos catadores e da participação da comunidade da cidade.

No ano de 2013 a Prefeitura Municipal de Santa Cruz do Sul – PMSCS, após diversas negociações com os catadores, disponibilizou um pavilhão na região central, e a Coleta Seletiva Solidária avançou para mais seis bairros de Santa Cruz do Sul. No ano de 2019 a Coleta Seletiva Solidária chegou a mais 6 bairros e atualmente atende 15 bairros dentro do município sendo estes Higienópolis, Santo Inácio, Goiás, Centro, Belvedere, Margarida, Monte Verde, Bonfim, Independência, Renascença, Várzea, Arroio Grande, Ana Nery, Universitário e Avenida.

No ano de 2014 o Programa Municipal de coleta Seletiva Solidária rendeu a Santa Cruz do Sul reconhecimento a nível nacional sendo Santa Cruz do Sul a única cidade gaúcha a ganhar o PRÊMIO NACIONAL CIDADE PRÓ CATADOR que também premiou a coleta seletiva solidária com recursos que foram investidos na compra de equipamentos e caminhões pelos catadores.

Com todo esse avanço e reconhecimento, o programa municipal de coleta seletiva solidária inclui socioeconomicamente dezenas de catadores e suas famílias seguindo os princípios da economia solidária e autogestão. Durante estes 9 anos de coleta seletiva solidária em Santa Cruz do Sul foram recicladas, recuperadas mais de 11 mil toneladas de resíduos, beneficiando o meio ambiente e gerando renda e trabalho para dezenas de catadores e suas famílias que são cooperados da COOMCAT e possuem acesso a benefícios sociais, locais adequados de trabalho, equipamentos, epis, uniformes e capacitações permanentes.

Durante esses 9 anos de coleta seletiva solidária é importante relembrar que os catadores não fazem somente o trabalho de coletar os resíduos, mas eles são também agentes ambientais que desenvolvem um trabalho importantíssimo no que se refere a educação ambiental com toda a população. Atualmente a Coleta Seletiva conta com um grupo de catadores que realiza educação ambiental nas escolas, condomínios, associações de moradores, universidades e empresas, além de estarem previstos para o ano de 2022 mutirões de limpeza e conscientização em todos os bairros atendidos pela coleta e muitas outras ações de educação ambiental que já ocorrem como o drive thru da coleta seletiva que continuará acontecendo regularmente todos os meses de 2022.

Durante estes 09 anos de coleta seletiva solidária os catadores tem muito agradecer a população de Santa Cruz do Sul e as gestões municipais que durante todos esses anos sempre mantiveram um diálogo franco com os catadores e possibilitaram avanços, mesmo que ainda não tão grandes quanto os catadores desejavam.

Os catadores querem o avanço da coleta seletiva para todos os 36 bairros de Santa Cruz do Sul e incluir mais catadores que hoje catam individualmente precariamente nas ruas da cidade. Para que haja esse avanço a cooperativa já entregou uma proposta de avanço da coleta seletiva solidária para a atual gestão municipal na figura do atual secretário de meio ambiente Jaques Einsenberger.

Os catadores da Coleta Seletiva Solidária trabalham incessantemente para aumentar os índices de reciclagem no município, porém pedem a população e a poder público um olhar mais atento a atual situação da gestão dos resíduos no município e frisam que hoje competem com a conteinerização em praticamente todas as ruas dos bairros atendidos pela coleta, inúmeros atravessadores que coletam sem licença e não há fiscalização para coibir e também a falta de investimento em educação ambiental permanente, já que atualmente a educação ambiental é realizada pelos catadores com recursos próprios da cooperativa.