ZUMBI DOS PALMARES

Na época da escravidão no Brasil, os negros encontraram uma forma de se organizarem, viver e ainda resistir e lutar  contra o poder dos brancos, através dos Quilombos.

Os Quilombos eram lugares afastados, no meio do mato, onde para se chegar era preciso conhecer bem o caminho. Eram como grandes aldeias, onde os negros plantavam, criavam animais, discutiam, exerciam sua religião e sua  cultura, organizavam suas lutas e criavam seus filhos livres do chicote dos brancos ricos donos de terra. Mas não eram só negros que fugiam para os Quilombos, não! Escravos brancos e também índios encontravam nos Quilombos um lugar para viver e lutar, lado a lado com os seus irmãos, os negros.

O Quilombo mais forte e mais famoso de nossa história foi o Quilombo dos Palmares. Localizado onde hoje é Pernambuco, era tão bem organizado e tão forte, que ali vivia dignamente 15% da população do Brasil da época, ou seja, vinte mil habitantes. Trabalhavam a valer,  plantavam de tudo: cana-de-açúcar, milho, feijão, mandioca, batata e legumes. Fabricavam manteiga e vinho; criavam galinhas e porcos, e ainda trabalhavam com metal (metalurgia). Fabricavam armas para lutar  contra os ataques do Império. Não dependiam de ninguém.

Por serem bem organizados, conseguiram ser totalmente independentes do Reino, os Quilombos eram como Repúblicas Livres, comunas, que tinham suas próprias leis,  onde ninguém era explorado e nem explorador: todos eram iguais, e trabalhavam juntos por uma vida digna e livre. Trocavam seus produtos com as vilas e aldeias vizinhas, e a população pobre dos arredores toda apoiava a causa dos quilombolas.

Zumbi nasceu no Quilombo dos Palmares, mas ainda criança foi capturado por soldados e criado por um padre, com quem aprendeu português e latim; foi batizado e chegou a coroinha. Porém, aos 15 anos, foge de volta para o seu querido Quilombo, onde tornou-se um grande e respeitado líder, pois não passou para o lado dos brancos. Muito corajoso, respeitado por  todos e com alta capacidade de organização, era uma grande inspiração para todos os combatentes do Quilombo.

Porém, as elites da época não estavam gostando nem um pouco do crescimento do Quilombo dos Palmares. Claro, os negros, brancos e índios que ali viviam estavam mostrando na prática que o povo pode se organizar sozinho, sem a elite para sugar seu sangue. Assim, durante toda a existência de Palmares, os poderosos mandaram 66 expedições militares para tentar acabar com o Quilombo, e as 66 falharam. Palmares era mais forte, e durou 105 anos, de 1590 a 1695. Só foram derrotados quando as elites mandaram uma expedição enorme, que juntou soldados de todo o país e também do estrangeiro, com armas muito pesadas. Só então Palmares caiu.

Mas Zumbi não quis morrer na mão de branco nenhum. Tinha um ideal, e por ele iria morrer. Assim, na última batalha, lutou corajosamente, como sempre. Quando viu que não tinha mais jeito de vencer, e viu todo Palmares no chão, subiu para o alto do morro e de lá se jogou, porque não queria morrer na mão dos soldados do Império. A morte  de Zumbi foi em 20 de novembro de 1695.

Esta história serve de inspiração para a luta dos negros pobres de hoje. Estes negros, brancos e índios que se uniram e formaram os Quilombos, e por 100 anos criaram seus filhos e viveram com dignidade, sem depender de ninguém. São exemplos para nós. Com luta e organização, podemos também viver livre. Viva Zumbi! Viva Palmares!

 

ZUMBI DOS PALMARES,

PRESENTE DE NOVO,

NA LUTA DO POVO!!!