Encontro Mundial discute luta e direito ao planeta saudável e justo

Iniciou na manhã dia 07 de julho, em Santa Cruz, Bolívia, o encontro mundial dos movimentos populares, que conta com delegados de milhares dos movimentos populares do mundo desde organizações do campo e da cidade, delegados de mais de 50 países de todos os continentes.

A manhã se iniciou com uma mistica que retratava o controle das multinacionais sobre os recursos naturais, terra, água, ar e fogo, onde colocam seus meios de produção que objetivam apenas o lucro, a destruição e o controle, a mercantilização de tudo em função única do lucro, enquanto milhares de pessoas, sendo a maior parte trabalhadoras e trabalhadores vivem com as sobras do capitalismo.

A encenação lembrou que movimentos populares, organizando a resistência e promovendo modelos sustentáveis de produção, se organizam e com muita luta rompem esta forma de controle, propondo novos modelos baseados na defesa da natureza e a inclusão das pessoas garantindo a dignidade humana.

Após a mistica que empolgou os delegados presentes, se iniciou o primeiro painel que trouxe dados e números do controle das multinacionais sobre os alimentos no mundo, sendo que apenas 8 multinacionais são donas, patenteadas de mais de 80% das sementes no mundo, são em sua totalidade sementes transgênicas.

Foi debatido ainda exemplos de resistência e luta, garantidas desde o protagonismo das mulheres camponesas que vem ao longo dos anos organizando a resistência e semeando alimentos saudáveis contrapondo o modelo das multinacionais. O painel trouxe a reflexão de que a luta não é somente sobre o direito a terra, mas sim o direito a vida e a defesa do planeta.

No período da tarde houve a abertura oficial do encontro que contou com a presença do Indígena e Presidente do Estado Plurinacional da Bolívia, Evo Morales, que destacou a importância da luta dos movimentos populares em defesa da terra, teto e do trabalho, lutando a partir de seus territórios tornando uma luta global. Reforçou aina a importância das organizações sociais, pela defesa da democracia.

Para Alex Cardoso, catador delegado do MNCR presente no encontro, é importante os movimentos sociais estarem unidos em torno de todas as causas, principalmente as ambientais e sociais. "Enquanto catadoras e catadores não lutamos somente pela reciclagem, mas sim pelo avanço do nosso povo, organizando desde as cooperativas, bases de economia solidária o poder popular", declarou.

O encontro segue nos dias 08 e 09 com trabalhos em grupos e depois a plenária final, que definirá sobre um documento dos movimentos populares do mundo, que foi entregue ao Papa Francisco.