Catadores na luta pela moradia

Durante todo o mês, catadores ligados ao MNCR batalharam na
busca de moradia digna no centro da cidade de São Paulo. São 27 famílias de
catadores que trabalham na região central de São Paulo e moravam precariamente
em cortiços ou em baixo do viaduto. Ocuparam há 25 dias um prédio de
propriedade de Prefeitura de São Paulo para moradia e trabalha, visto que o
prédio estava abandonado e em ruínas e possui um terreno de 40 mil metros
quadrados ideal para a organização de diversos grupos de catadores que
trabalham na região.

Na manhã da ultima sexta-feira as famílias foram
surpreendidas por funcionários da Prefeitura que pressionavam para a imediata
desocupação do prédio pelas famílias. O clima era tenso e as famílias temiam
ter de retornar mais uma vez para a rua. Um grupo de catadores, acompanhados de
um advogado apoiador do MNCR, foi até a subprefeitura da Sé para a negociação;
enquanto isso a Guarda Civil Metropolitana exercia pressão psicológica sobre as
famílias que permaneciam no local, a maior parte delas mulheres e crianças,
grande parte dos homens estava no trabalho nesse momento. Contudo, todas
resistiram bravamente a pressão da CGM e se organizaram para que fosse realizado
o cadastro de todas as famílias e sua situação social. A organização do grupo
possibilitou que no mesmo dia o cadastro fosse entregue em mãos ao responsável
da Secretaria de Habitação do município. “A demanda é de 27 famílias, 58
crianças, 54 adultos, 5 mulheres gestantes. A maior parte das crianças está na
creche ou na escola. 90% dos adultos trabalham na reciclagem” relata a catadora
Alessandra à assistente social da Prefeitura.  

Durante todo o dia o grupo de catadores aguardou para ser
atendido na subprefeitura. Enquanto isso, os catadores recebiam pessoas
solidarias com a luta como o Movimento da População de Rua, Sefras e o Fórum Centro
Vivo, assim como advogados e pessoas ligadas à mídia.

Segundo informações dos funcionários da Prefeitura o prédio
estava sendo desocupado porque seria instalado no local um deposito
almoxarifado municipal. Por fim, no meio da tarde, os catadores receberam a
noticia do grupo de negociação que foi cedido um prazo de 15 dias para que os
catadores permanecessem no local para que seja buscada alternativa de moradia.
O grupo comemorou a decisão e já iniciou a luta para que nesse período seja
solucionado definitivamente o problema de moradia dessas famílias.






Catadores do centro de São Paulo ocupam terreno público


Na madrugada da terça-feira, dia 10 de Junho, cerca de 30 catadores ligados ao MNCR ocuparam uma área pública da Prefeitura de São Paulo, local desocupado recentemente construtora Jofege que realiza manutenção de viadutos. O terreno
de 40 mil metros quadrados e está abandonado, possuí um prédio de três andares em ruínas.
Ao perceber a ocupação na manhã de terça-feira, funcionários do estacionamento do INSS, localizado em frente ao terreno, chamaram a polícia. Há hipótese de que aja interesse dos funcionários em explorar o terreno como estacionamento. Com a chegada da polícia foi solicitada a desocupação do local e os catadores não conseguiram o objetivo de permanecer no local por 48 horas, tempo estimado para iniciarem o processo de negociação para permanência sob o argumento de ocupação de área para fins de trabalho.
Durante a ação um catador foi detido para prestar esclarecimento sobre a ocupação. O MNCR encaminhou dois advogados para a 1ª DP no Centro de São Paulo para agilizar a soltura do companheiro que foi liberado minutos depois.

Há cerca de 5 anos os catadores do centro de São Paulo reivindicam áreas públicas na região centro para a construção de galpões com a finalidade de organizar cerca de 2 mil catadores na região do Glicério. Há muitas promessas, mas os catadores continuam esperando. A intenção do MNCR é ocupar a área novamente.


Área abandonada pertence a Prefeitura, catadores permanecem na rua

Área de 40 mil metros quadrados pública e abandonada