Ações do MNCR no Fórum Mundial de Economia Solidária
Uma delegação do MNCR de diversas regiões do país participou do II Fórum Social Mundial de Economia Solidária em Santa Maria - RS, que teve a participação de cerca de 200 mil pessoas segundo seus organizadores. O evento foi uma oportunidade dos participantes do Programa Cataforte compartilhar e incorporar conhecimentos e experiências da economia solidária desenvolvida por outros movimentos sociais.
Os catadores realizaram também um seminário estratégico sobre a cadeia produtiva de resíduos sólidos, além de reuniões de articulação e uma manifestação pelas ruas da cidade juntamente com outros movimentos sociais do campo e da cidade.
No dia 11 de julho, Dia Nacional de Lutas da classe trabalhadora, o MNCR em várias cidades do Brasil, como nas cidades de Gravataí e Cachoeirinha, além da
Marcha Mundial de Economia Solidária em Santa Maria reivindicaram mais investimentos para os empreendimentos solidários. Com palavras de ordem em defesa da Natureza, pela coleta seletiva solidária e contra a incineração, catadores tomaram as ruas juntamente com muitas organizações em economia solidária.
Nos dias 12 a 15, realizaram o seminário onde já na mesa de abertura aprofundaram uma analise de conjuntura, começando por afirmar que as associações e cooperativas são empreendimentos de economia solidária onde se pratica a solidariedade de classe, a autogestão e principalmente a democracia direta, garantindo a independência de classe.
Outro ponto importante de debate e afirmação foi que os catadores tem que conhecer e saber como funciona a sociedade capitalista, avançando no protagonismo, vencendo o chamado “dono da associação”, garantindo o sentimento de pertencimento à seus associados, ampliando a autogestão e garantindo a inclusão dos catadores não só no trabalho, mas sim em toda a vida associativa de seus empreendimentos e principalmente de seu próprio movimento. Foi lembrado que a trajetória de 12 anos do MNCR muitas conquistas foram alcançadas, mas ainda há muito a conquistar e muito depende da relação com o poder público.
Carlos Alencastro Cavalcanti, representante do MNCR, resume este momento afirmando que a “solidariedade é um chamado á união. Solidários somos gente, solitários somos peças, de mãos dadas somos força, desunidos – impotência, isolados somos ilhas, juntos somos continente, inconscientes somos massa, reflexivos somos público, organizados somos pessoas, sem organização, somos objetos de lucro, em equipe ganhamos, nos libertamos, dispersos – nos perdemos, continuamos presos, participando somos povo, marginalizando–nos somos rebanho”, declarou ressaltando que para mudar o sentido do sistema e revolucionar é necessário muitos catadores militantes formados e capacitados para avançar junto e no coletivo.