Ação direta na cidade de São Paulo

Em jornada de lutas a cerca de 2 meses, o MNCR mobilizou um grande ato na ultima sexta-feira pelas ruas da cidade de São Paulo. Foram cerca de 300 catadores na luta por políticas públicas que reconheça o trabalho realizado por cerca de 150 grupos de catadores em atividade na cidade de São Paulo. A manifestação contou com a solidariedade do Movimento Nacional de defesa da População em Situação de Rua (MNPR) e entregou ao Prefeito da cidade um programa de coleta elaborado pelo MNCR com a contribuição de diversos Fóruns da cidade de São Paulo. A jornada de luta promoveu ainda ações de mobilização da sociedade civil como o ?Encontro de Políticas Publicas de Coleta Seletiva com inclusão dos Catadores? que aconteceu na quinta-feira (29) realizado em parceria com o Fórum Lixo e cidadania da Cidade de São Paulo. O evento reuniu diversas entidades apoiadoras que encaminharam ações de apoio a luta dos catadores da cidade em defesa do trabalho e acesso as ruas da cidade.

As principais reivindicações dos catadores são a cessão de áreas públicas para o funcionamento de cooperativas e associações de catadores, galpões e infra-estrutura mínima para a realização do trabalho, além da inclusão imediata de 3 mil catadores organizados no sistema oficial de coleta seletiva, bem como o pagamento dos mesmo pelo serviço que realizam. A capacitação e inclusão gradativa de catadores avulsos no sistema de coleta é mais uma proposta defendida pelo MNCR.

"Já protocolamos cinco pedidos de audiência com o prefeito, este é nosso sexto." É o que relata o catador Carlos Alencastro, representante do MNCR, "Queremos apenas exigir os direitos já garantidos pela lei," completa.  Segundo ele, as ações do MNCR devem continuar até que a Prefeitura da Cidade seja encorajada a realizar políticas públicas sérias com a inclusão desses trabalhadores, os catadores de materiais recicláveis, no sistema oficial de coleta seletiva, remunerando-os pelo serviço de limpeza pública e proteção do meio ambienta que realizam com tanto sacrifício. 

 

Setor de comunicação

A coleta de recicláveis na cidade de São Paulo já chega a 20%, só que sem o apoio do poder publico. È o que revelou levantamento do jornal O Estado de São Paulo que afirma que o município chegou a economizar 300 milhões no ano com a coleta realizada por cerca de 150 cooperativas em atividade na cidade, além de catadores avulsos. Segundo o jornal a porcentagem de material é reaproveitada graças ao esforço de moradores, condomínios e associações de bairro que por conta própria organizam a separação dos materiais e destinação correta. A coleta seletiva oficial realizada pela Prefeitura de São Paulo recolhe menos de 1% dos resíduos gerados na cidade. Menos com um programa de coleta que "funciona" desde 1992 as administrações municipais não conseguiram ampliar o volume de materiais recolhidos. A Prefeitura mantém contratos com apenas 15 cooperativas que funcionam como centrais de triagem e beneficiamento, a coleta nas ruas é realizada por caminhões de empreiteiras privadas, são cerca de 72 caminhões, segundo representantes da Prefeitura, que estariam disponíveis para a coleta seletiva, no entanto, cerca de 150 organizações de catadores não recebem qualquer tipo de apoio do poder público e precisam realizar o trabalho em locais impróprios e com grande sacrifício, pois não dispõem de galpões e caminhões.

O orçamento de 2007 da Secretaria Municipal de Obras (órgão que coordena a coleta na cidade) chega a 507.294.469 milhões, e a União Européia pretende investir 2 milhões na organização de catadores na cidade. Mesmo com uma verba pomposa em mãos e a eminente superlotação dos aterros sanitários existentes não permitem que a coleta seletiva seja ampliada na maior cidade de América-latina.

 O MNCR vem mobilizando ao longo do ano as organizações que estão excluídas do sistema de coleta municipal e trabalham de forma precária por conta disso, assim como um fórum composta por diversas entidades e procuram ampliar o sistema de coleta na cidade. No próximo dia 30 de novembro uma ação direta em frente a Prefeitura de São Paulo cobrará providencias do Prefeito Gilberto Kassab.

 

Setor de Comunicação MNCR