Catadores do lixão do Aurá lutam por trabalho e cidadania
Catadores do Aurá, localizado entre os municípios de Belém e Ananindeua, têm realizado jornada de protesto em virtude do eminente fechamento do lixão nos próximos meses quando finaliza o prazo de 4 anos para que os municípios brasileiro se adequarem a lei 12.305/2010 que estabeleceu a Política Nacional de Resíduos Sólidos. São cerca de 1.800 catadores que sobrevivem da coleta de recicláveis que buscam continuidade do trabalho na catação e indenização das Prefeituras locais pelo serviços de coleta realizado durante anos aumentando a vida útil do lixão por meio do trabalho de recuperação de materiais.
As mobilizações tem interditado trechos da BR 316 e chegam até a Prefeitura de Ananindeua com faixa e palavras de ordem. Maria Trindade, catadora e representante do MNCR, declarou que apesar de várias ações, o poder público local não deu respostas satisfatórias, e tem tratado com morosidade as solicitações de reunião. “A prefeitura de Ananindeua não nos convida para participar da elaboração do Plano de Gestão de Resíduos do Município, é um desrespeito com os catadores de materiais recicláveis que vem anos e anos trabalhando, defendendo o meio ambiente de graça,” declarou.
“Estamos solicitando prorrogação do prazo de fechamento do lixão, pois não tem nenhuma infraestrutura preparada para atender os catadores” analisa Trindade. “Vamos ser ouvidos pelo Ministério Público do Trabalho”, completou.
Os catadores da região também vem reivindicando a contratação das associações e cooperativas de catadores para realizar a coleta seletiva nos municípios. Os catadores reivindicam o fortalecimento da reciclagem popular fazendo coro com grande parte dos catadores do Brasil que tem levantado essa bandeira.