Catadoras e catadores realizam encontro de capacitação em Cruz Alta - RS

A sede campestre do Sindicato dos Municipários de Cruz Alta- SIMCA, foi espaço de celebração, partilha de conhecimentos e experiências neste sábado, 06 de agosto. Durante o dia aconteceu o 1º Encontro Municipal de formação e capacitação de catadoras e catadores da Cooperativa de trabalho União dos Catadores e Catadoras de Cruz Alta UNICCA, sob a coordenação do Movimento Nacional de Catadoras e Catadores de Materiais Recicláveis-MNCR.

O evento contou com a participação dos cooperados da UNICCA, catadores/as de Ibirubá, da Cooperativa de Catadores e Catadoras de Santa Cruz do Sul-Coomcat, integrante do Movimento dos Trabalhadores/as Rurais Sem Terra-MST e participantes da comunidade. Também fizeram-se presentes o Coordenador de Meio Ambiente Carlos Gutierrez, Assistente Social Francéli Erthal e a prefeita Dr. Paula Rubin Facco Librelotto.

“Foi um dia de trabalho intenso e proveitoso, onde todos puderam discutir sobre a importância econômica e socioambiental da atividade dos catadores/as, para que os materiais recicláveis deixem de ser descartados de modo irregular ou aterrados e se tornem promotores de geração de trabalho e renda, melhorando a qualidade de vida das pessoas.” comenta a catadora e coordenadora geral da UNICCA, Lidiane Jaques.

Aconteceram discussões em grupos e posterior apresentação ao grande grupo sobre questões como coleta seletiva, coleta seletiva solidária e organização cooperativa. Os visitantes de outros municípios expuseram as suas experiências como contribuição para a organização de Cruz Alta. “ É muito importante a organização, o pertencimento a um movimento social, a participação das mulheres nos espaços de poder para que possamos unir nossas lutas, porque nossa classe é a mesma, seja no campo ou na cidade.” Comenta a camponesa Gabriela Severo, que esteve representando o MST no evento.

Ao meio-dia a prefeita Dra. Paula almoçou com os catadores/as e falou sobre o orgulho pela conquista da formalização da cooperativa, deixou um pedido para que todos se mantenham unidos, pois o sucesso da cooperativa é cada um cooperar, sendo fundamental a união para se manter o convênio e elogiou o trabalho da coleta seletiva solidária.

O MNCR lembrou que “a reciclagem é uma forma de reconectar as pessoas em um modelo de economia circular que reinsere pessoas excluídas, pois para haver reciclagem temos que estar conectados, aproximando os governos, as empresas e a sociedade, fazendo com que eles dialoguem, e Cruz Alta é uma referência não somente para os catadores do Brasil, mas do mundo” nas palavras do catador Alex Cardoso.

Um modelo eficiente na realidade

Na sequência, a cooperativa UNICCA apresentou o histórico da organização dos catadores/as em Cruz Alta desde 2006 passando pela constituição de cada uma das associações e as diferentes etapas da coleta seletiva até a coleta seletiva solidária, iniciada em 2022. Também uma apresentação panorâmica sobre a situação atual da cooperativa, com dados numéricos sobre a produtividade, renda e fontes de resíduos.

A realidade dos grupos mudou consideravelmente desde o início da Coleta Seletiva Solidária, que é o modelo elaborado e aprimorado pelo MNCR através da experiência histórica da categoria e o desenvolvimento desta tecnologia social(com apoio de universidades, governos e entidades de apoio) no decorrer dos anos.

“A Coleta Seletiva Solidária, é um modelo de coleta onde as organizações de catadores/as são protagonistas no serviço, devidamente contratadas pelas prefeituras, e executam o serviço em parceria com toda a comunidade.” salienta o catador Jonathan, membro da Coomcat de Santa Cruz do Sul, uma das pioneiras neste serviço e que serviu de exemplo para Cruz Alta e apoiou no processo de organização da cooperativa Unicca.

Na prática percebe-se o aumento de toneladas coletadas, ampliação de parcerias em grandes geradores(lojas,restaurantes, entre outros) e aumento da renda dos cooperados/as da Unicca. Tudo isso estreitado pelo trabalho permanente de educação ambiental desenvolvido junto a escolas e outros locais da comunidade.

Toda a sociedade ganha com esta forma de se fazer a coleta e garantir que a reciclagem aconteça. Contribuindo para um mundo melhor de se viver, cuidando das pessoas e da natureza a qual fizemos parte.

Fonte: assessoria de comunicação MNCR RS-que nunca se rende.